Ex-gerente de hotel de luxo no DF vira réu por racismo e homofobia contra funcionários e hóspedes
Fachada do B Hotel em Brasília Divulgação O ex-gerente de um hotel de luxo no centro de Brasília foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Minist...

Fachada do B Hotel em Brasília Divulgação O ex-gerente de um hotel de luxo no centro de Brasília foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal por injúria racial, racismo, homofobia e transfobia. A denúncia foi recebida no último dia 6 e, com isso, Alfredo Stefani Neto é agora réu pelas condutas contra hóspedes e funcionários do B Hotel. A data do julgamento ainda será marcada. 📱 Baixe o app do g1 para ver notícias do DF em tempo real e de graça. Em nota (veja íntegra abaixo), o B Hotel disse que afastou e, depois, demitiu o gerente "por entender que o comportamento deste funcionário não estava de acordo com os valores inegociáveis do grupo de respeito à diversidade e inclusão". O hotel informou também que contratou consultores especializados em diversidade, equidade e inclusão, treinou a equipe e abriu canais de denúncia para evitar novos casos do tipo. O g1 tentou contato com o ex-gerente e aguarda retorno. De acordo com a investigação da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial (Decrin), o gerente ofendia trabalhadores da região Nordeste com frases preconceituosas como “nordestina burra”, “vai comer cuscuz” e “terrinha seca”. Segundo o inquérito, ele também usou termos homofóbicos, como “bichona”, para se referir a um funcionário. Em outra ocasião, durante evento destinado ao público LGBTQIA+ próximo ao hotel, disse: “esses viados não vão embora”. Também de acordo com o MP, o gerente se referiu a uma hóspede transexual como "uma coisa" e "um cara", e disse que não queria "isso" no hotel. Os crimes teriam começado em junho de 2022. "Até novembro de 2024, o denunciado continuamente ofendeu funcionários com base em sua aparência física e orientação sexual, criando ambiente de trabalho hostil, opressor e humilhante, conforme relatos de diversas testemunhas e vítimas", diz o MDFPT. Se condenado, Alberto Stefani Neto pode pegar pena mínima de 10 anos de prisão. O Ministério Público também pediu indenização mínima de R$ 5 mil para cada vítima. Autores de crimes de homotransfobia foram indiciados em apenas 12% dos casos Íntegra Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo B Hotel: Em referência à matéria publicada, o B Hotel vem a público informar que, tão logo soube das denúncias dirigidas ao senhor Alfredo Stefani Neto, determinou seu afastamento imediato, conduziu uma apuração interna rigorosa e, diante das evidências, procedeu à sua demissão por entender que o comportamento deste funcionário não estava de acordo com os valores inegociáveis do grupo de respeito à diversidade e inclusão nem à altura do serviço de excelência de nossos mais de 280 colaboradores. Cientes de nossa responsabilidade e para reforçar nosso compromisso com um ambiente livre de discriminação e seguro para nossos colaboradores, adotamos uma série de medidas que visam melhorar nossos mecanismos de controle e políticas internas. São elas: • Contratação de consultores especializados em diversidade, equidade e inclusão (DEI) para revisar e aprimorar as políticas internas; • Realização de treinamentos obrigatórios sobre vieses implícitos, respeito às diferenças e ambiente de trabalho livre de discriminação; • Criação de canais de denúncia, garantindo que colaboradores e hóspedes possam se manifestar com segurança e recebam retorno transparente e ágil; • Avaliação contínua da nossa cultura organizacional, mediante realização de pesquisas com foco em prevenção e na promoção de um ambiente acolhedor para os hóspedes, colaboradores e parceiros. Reiteramos que condutas incompatíveis com nossos princípios serão tratadas com total rigor e sem tolerância. Não compactuamos com qualquer comportamento que atente contra esses princípios. O B Hotel seguirá atuando de forma firme e transparente para assegurar que nossos valores sejam compreendidos por todos – colaboradores, fornecedores e hóspedes - em todas as nossas relações. LEIA TAMBÉM: CASO BRUNO HENRIQUE: MP recorre para insistir que jogador também seja réu por estelionato VÍDEO flagra assassinato de adolescente de 17 anos em Sobaradinho II Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.